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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ku Klux Klan no futebol brasileiro?



Luís César Padilha

Sempre achei injusta a fórmula do campeonato brasileiro com 20 times apenas. O Brasil não poderia estar sendo igualado a Itália ou Inglaterra, países que têm quantidade de times igual a São Paulo. Se tivéssemos a mesma política deles e incluíssemos o Intermunicipal como futebol profissional, entraríamos no mesmo nível também com o nosso campeonato baiano.

Estava vendo que os Estados brasileiros estão representados nos 60 melhores times do Brasil da seguinte maneira (antes da decisão sobre o América/AM):

1. São Paulo 13 times
2. Rio de Janeiro 06 times
3. Minas Gerais 05 times
4. Santa Catarina 04 times
5. Rio Grande do Sul 04 times
6. Ceará 04 times
7. Paraná 03 times
8. Goiás 03 times
9. Pernambuco 03 times
10. Bahia 02 times
11. Alagoas 02 times
12. Rio Grande do Norte 02 times
13. Pará 02 times
14. Distrito Federal 01 time
15. Acre 01 time
16. Paraíba 01 time
17. Mato Grosso 01 time
18. Amazonas 01 time
19. Tocantins 01 time

Sem o fortalecimento dos Campeonatos Estaduais, alguns estados brasileiros deixarão de ter futebol profissional. E não tenho ideia de como um time do Amapá, por exemplo, pode se profissionalizar.

Considero a fórmula de classificação por campeonatos estaduais, como era feito na década de 80 por Giulite Coutinho, uma fórmula mais justa, mais democrática. Claro que a forma como era trabalhada era meio atrapalhada, mas, em vez de aperfeiçoar aquela proposta, houve um abandono em nome do que Paulo Cerqueira classificou como a Ku Klux Klan do futebol brasileiro: o Clube dos 13.

Nos números apresentados, podemos perceber o quanto o futebol baiano enfraqueceu. Pior que isso, o futebol baiano perdeu muito o potencial de revelação de jogadores. Acho que se essa fórmula atual fosse adotada na década de 80, jogadores como Naldinho, Bobô, Zanata, Sandro, Osmar, Washington, Oséias, Nunes, não teriam passado pelo futebol baiano antes de ir aos outros centros. Algum empresário os levaria direto pras outras bandas. Sei que aí entra o lance da Lei Pelé, mas alguns empresários, com certeza, se interessariam por Galícia, Fluminense de Feira (nome fudido da zorra), Vitória da Conquista, se o nosso campeonato estadual fosse forte. O que podemos observar é que nem Bahia e Vitória interessam aos empresários de jogadores, enquanto disputam o campeonato estadual.

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